segunda-feira, 26 de julho de 2010

PADRE LOPES

Desde que me conheço e faço desta cidade, a minha casa, aliás onde nasci, no hospital de S. José, só tive o prazer de conhecer dois padres nesta freguesia e cidade de Fafe.

Este artigo bem a propósito da decisão do arcebispo primaz D. Jorge Ortiga afastar o pároco de Fafe, padre Peixoto Lopes. E escrevo, não por ser um católico acérrimo muito menos praticante, mas antes para dizer bem alto basta. E basta de brincar com as gentes de Fafe, esta decisão de nos tirarem o padre é o culminar de outras bem mais antigas que todos se devem lembrar.

Ou já estão esquecidos da nossa maternidade, do nosso serviço de urgência, do nosso comboio, da EDP, e outras que já estão esquecidas no tempo.

Mas agora o caso é outro, estamos a falar de igreja, dessa que prega os valores do bem no mundo, mas continua a funcionar como uma verdadeira maçonaria do poder absoluto. Então, toma-se assim uma decisão de afastar um padre que esta em Fafe há vinte e cinco anos, e que todas as pessoas gostam e têm bastante apreço, por certo que não, mas como sabemos o poder da igreja nunca esteve na rua, e não é agora e em Fafe que voltam atrás com a decisão.

Tomo aqui partido pelo padre Lopes, não só por ser o padre da cidade, mas pela obra que vem fazendo ao longo destes anos. E não vou enumerá-las porque todos sabem do que falo, não só os católicos mas toda a sociedade me geral.

Depois de todas as decisões políticas que já referi, agora mais esta religiosa, é caso para voltar a dizer, visite Fafe antes que acabe.

LITERATURA


A literatura tem um papel muitíssimo importante na sociedade mundial, hoje ainda mais na medida em que serve como educadora da sociedade, embora ao longo dos últimos séculos tenha sofrido grandes transformações.
A falta de liberdade de expressão talvez tenha sido o maior entrave durante o século XVIII e XIX. Ainda hoje em muitos países existem essa falte de liberdade, o que no meu entender significa um retrocesso irreparável a nível cultural, por isso, mesmo todos os escritores e autores tiveram no passado, têm no presente e terão no futuro um papel importantíssimo na sociedade. Sendo a literatura e os textos literários nos tempos que correm uma verdadeira arma política e económica.
Comungo com os estudiosos da literatura e acho que seja necessária a distinção entre os conceitos autor, escritor e autor implicado. Depois da grande revolução da língua poética nos finais do século XIX, e a consequente valorização da escrita, a situação do autor teve de ser revista, “ é possível falar então em eclipse do autor e mesmo em morte do autor”, (Carlos Reis, 1996,53), o autor será todo aquele que gera algo e a quem se reconhece capacidade para certas funções, na arte literária o autor é aquele que dá vida ao texto,” não é a experiencia do autor que lhe deu vida, mas sim o que ele diz na sua mensagem”, (Carlos Reis, 1996,53), assim haverá uma separação com o escritor, esses são indivíduos reconhecidos e localizados na historia pelos seus textos e obras. Este na literatura é responsável por aquilo que escreve, embora não tenha a legitimidade moral de alterar os seus escritos ou obras, apenas deve assinar o seu nome, como alguns fazem, na minha opinião tudo o que for escrito deve manter-se assim pelo tempo fora para ser estudado e comparado pelas novas gerações.
Também a análise narrativa deve ficar a cargo de outros. Por conseguinte o autor implicado “que é o que diz respeito ao estabelecimento da responsabilidade autoral e daquilo que ela envolve, mas não no da analise narratológica”( Carlos Reis,1996,55). Por sua vez, escritor é todo aquele que se expressa e que é reconhecido pela opinião publica e que tem influencia na mesma, também a sua promoção como é obvio é importante para isso, quanto mais for promovido mais influencia tem na vida da sociedade, nomeadamente a nível politico, porque facilmente muda a opinião das pessoas, que hoje cada vez lêem menos e dificilmente filtram aquilo que lêem.
Noutros tempos os escritores escreviam para pessoas mais cultas e mais informadas que hoje, como é sabido a maioria da sociedade era analfabeta e poucos sabiam ler, mas esses juntavam-se nas academias e tinham gosto pelo que faziam. “O escritor, há cem anos, dirigia-se particularmente a uma pessoa de saber e de gosto, amiga da eloquência e da tragédia, que ocupava os seus ócios luxuosos a ler, e que se chamava “o Leitor”; e hoje dirige-se esparsamente a uma multidão azafamada e tosca que se chama “o público”, (Eça de Queiros, 1886). Também muitos escritores são alvo de censuras e de pressões, principalmente hoje, como os directores dos jornais, que são alvo dessa maneira nefasta de alguns conseguirem os seus objectivos. Mas não só os políticos usam essa maneira de influenciar as pessoas, ao longo de muitos séculos também a igreja o fez, e ainda hoje o tenta fazer embora com menos força.
Autor será então, aquele que da vida ao texto, apenas o assina deixando a crítica para os especialistas, escritor, é reconhecido na história pelas suas obras e tem muita mais responsabilidade, porque tem muitas mais pessoas a ler os seus escritos.